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Parte 1: Macro-Transições

NOTA: Se você ver parte do texto assim significa que você pode clicar nele para ver um vídeo que ilustrará o assunto mais detalhadamente. Aproveite!

O termo “flow” que ouvimos por aí quando mergulhamos um pouco mais à fundo na prática do Parkour é um aspecto do movimento que pode ser elusivo sem a prática orientada. Esta série visa esclarecer alguns dos mal-entendidos que existem em relação à conservação de momentum e, ao longo do caminho, também estarei lhe dando algumas ferramentas que você pode integrar em seu treino ou ensino.

A fluidez (ou flow) é simplesmente conservar e transmitir sua energia dinâmica enquanto você se move por um ambiente. Essa habilidade é importante não apenas para mover-se rapidamente, mas também quando acrobacias e outros movimentos complexos se misturam em sequência. É imperativo que a perda de energia entre cada movimento seja mínima para que você possa ter uma maior chance de sucesso e segurança em seu treinamento.

Macro-transições são o quão bem você conserva sua energia para o “Entre”; os espaços entre os movimentos que estão em sua linha.

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Na parte 1 da série Fluidez falaremos sobre como as macro-transições podem melhorar a entrada e a saída dos nossos movimentos. Macro-transições são o quão bem você conserva sua energia para o “Entre”; os espaços entre os movimentos que estão em sua linha. O objetivo é ajudar a garantir a menor perda de energia possível entre os movimentos. Em geral, quando penso em Macro-Transições, eu quebro o conceito em Passos, Entrada/Saída e Adaptação.

Uma vez em que estas partes foram entendidas, você provavelmente não terá problemas para melhorar a eficiência entre seus movimentos.

Os passos entre seus movimentos serão o nosso primeiro tema. Os objetivos aqui são: trabalhar na distância entre os passos/consistência, técnicas para parar de gaguejá-los e a importância da ambidestria.

Distância entre os Passos – “The Goldilocks Rule” (A Regra dos Cachinhos Dourados)

A chave aqui é que seus passos entre cada movimento sejam “precisamente ideais”. Preste atenção na distância dos seus passos (que varia de acordo com a velocidade) e faça o possível para que você os mantenham o mais uniforme e progressivo possível.

Se seus passos forem muito pequenos ou muito grandes, você não será capaz de maximizar a transferência de energia de um movimento para o outro. Brinque com este conceito para que você possa encontrar o comprimento ideal de seus passos com diferentes velocidades e obstáculos.
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Se seus passos forem muito pequenos ou muito grandes (para sua velocidade) você não será capaz de maximizar a transferência de energia de um movimento para o outro.

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Consistência dos Passos – Prevenindo Passos Gagos

Evitar passos gagos será uma das principais coisas que vão melhorar seu flow. Para desenvolver isto, você precisa praticar e desenvolver sua consciência de qual pé chegará a qualquer lugar definido. Ao caminhar de um lugar para outro, você pode dar seu melhor palpite sobre qual pé pousará em um marcador (como uma rachadura no chão, uma calçada, etc.) e ver como você é capaz de adivinhar qual pé naturalmente chegará lá.

Treine sua consistência de passos em diferentes velocidades, com diferentes obstáculos e diferentes abordagens para que sua mente possa desevolver a consciência abrangindo as variações de qual pé será seu último passo. Enquanto você constrói a consciência dos seus passos você pode começar a acrescentar estas próximas ferramentas para ajudar a diminuir estes passos gagos. A ferramenta que você vai usar irá depender de sua preferência e se você está fazendo um único movimento (como um wall run ou um running jump) ou múltiplos movimentos (como uma sequência).

 

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Parando de Gaguejar os Passos

“The Goldilocks Rule” é uma grande introdução para uma maior consciência do “entre os movimentos”. Mas, e se seus passos perfeitamente medidos o levarem ao pé “errado”? É aqui que falamos sobre o passo gago. Um passo gago é um ou vários passos que geralmente são de menor comprimento e/ou com o mesmo pé ao se aproximar de um movimento.

 

Treine a consistência de seus passos para que sua mente possa desenvolver a consciência de qual será o posicionamento dos pés na entrada dos seus movimentos

Para um Movimento Isolado

Troque o Pé de Entrada

Desde que você mantenha um comprimento de passos consistentes e comece sua corrida a partir do mesmo local, você pode trocar o pé de entrada Isto será útil para qualquer grande movimento em que você esteja trabalhando, podendo eliminar a adivinhação e qualquer perda de energia.

 

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Em Sequência

#1 – Ambidestria

Ambidestria é a capacidade de usar ambos os lados igualmente. Quanto mais conforto você tiver com diferentes vaults, saltos, rolamentos, etc., independente de qual lado/mão/pé é usado, mais seguro e fluído será para todos os seus movimentos. Isto eliminará a idéia de um lado “errado”, a menos que o ambiente exija um determinado lado ou se for um movimento de esforço máximo. Se você treinar sua ambidestria regularmente, ela pode se tornar um grande aliado para fazer de você um atleta/praticante mais adaptativo e consciênte.

O próximo grupo de ferramentas tem a ver com alterar seus passos durante uma corrida. Você pode brincar com estes diferentes métodos de alterar seus passos e ver quais deles fazem mais sentido para seu corpo e para a situação. Explore todos eles para que você tenha um nível básico de compreensão e possa escolher a ferramenta certa para o trabalho. O conceito mais importante a ter em mente para todos estes métodos é que eles devem ser feitos assim que você tomar consciência da necessidade de um passo diferente para que você possa aplicar a técnica e depois acelerar para o próximo movimento.

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#2 – Passos Longos

Uma vez que você sinta e entenda que o pé “errado” vai ser o passo de decolagem você pode dar um ou mais passos mais longos no intuito de diminuir o total passos e assim utilizar o pé desejado, levando em consideração sua velocidade e a perda mínima de energia.

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#3 – Passo Repetido

Este possui os mesmos objetivos que a ferramenta de Passos Longos, mas neste caso você repete um dos passos com o mesmo pé para que você possa alterar o pé de decolagem. Estas duas habilidades são úteis para situações diferentes e por isso cabe a você saber o melhor momento de acordo com o ambiente e a técnica para usar cada uma delas.

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#4 – Resetar os Passos

Para esta técnica você pode utilizar um salto pliométrico ou uma aterrissagem de 2 pés no intuito de “reiniciar” seus passos. Isto lhe permite escolher qual pé você gostaria de usar para o seu próximo passo. Experimente em vez de strides ou durante a aterrissagem um vault para descobrir onde ele pode pode ser melhor posicionado em sua sequência.

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#5 – Passos Gagos no Início

Você pode utilizar passos gagos imediatamente após completar um movimento para que você seja capaz de acelerar através dos seus passos restantes com distâncias confortáveis. Isto lhe dará uma chance maior de realizar o movimento e continuar sua sequência do que se você gaguejasse no meio ou no final dos seus passos.

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Notas Gerais sobre os Passos

Aceleração > Velocidade

Uma parte incrivelmente importante para manter seu momentum entre os movimentos principais em sequência é compreendendo seu nível de velocidade sob controle e garantindo que haja alguma aceleração no final de seus passos, para que, se sua técnica for eficiente, você possa carregar o máximo possível dessa energia em seu próximo movimento, caso ele ou o ambiente faça necessário.

Isto se aplica muito em percursos complexos onde diferentes movimentos são ditados pelos obstáculos e direções. Para percursos mais curtos ou mais planos você pode ser capaz de correr o tempo todo, mas se você tentar manter sua velocidade máxima absoluta, durante obstáculos mais longos e variados isso pode se tornar mais difícil e você pode não ter um excesso de energia quando for necessário. É aqui que a compreensão do ritmo natural de cada movimento em sua corrida o ajudará a manter sua velocidade de forma sustentável.

Explore seu kit de movimentos e brinque com diferentes rítmos para que você descubra quais são mais eficazes em velocidades e situações diversas.

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O Ritmo dita a Técnica

Cada movimento tem uma gama de tempos que funcionam mais efetivamente. Assim, você naturalmente tenta descobrir quais técnicas são melhores para tempos lentos, médios e rápidos, respectivamente. Alguns movimentos, como o Step Vault, podem manter sua eficácia em muitas velocidades, embora a execução possa mudar ligeiramente de um tempo para o outro. É importante que você explore seu kit de movimentos e brinque com diferentes rítmos para que você possa ver quais são mais eficazes para você em velocidades e situações específicas.

Os passos são apenas uma peça do quebra-cabeças da fluidez. Agora que você tem uma compreensão de como melhorar essa parte que chamamos de “entre”, vamos entender como você pode aplicar esses conceitos em seus movimentos atuais.

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Comece a construir a consciência de suas preferências técnicas e diminua a discrepância entre seus dois lados pouco a pouco em cada treino.

Mestre da Ambidestria

Este será um tema recorrente para trabalhar a fluidez e é tão importante como os passos. Você pode ter preferência por seus movimentos mais poderosos, mas pela maior parte do que você faz, ter uma sólida capacidade de fazê-lo em ambos os lados apenas facilitará sua vida. Isto inclui o pé de entrada no Split Foot – ou Galope – do seu Cat Pass ou a aterrissagem de cada um dos seus vaults, passadas, saltos, rolamentos e até mesmo a possibilidade de fazer seus lache’s e travessias com um dos braços em preferência. Isto é algo para começar a praticar agora, se você ainda não o fez. Comece a construir a consciência de suas preferências técnicas e diminua a discrepância entre seus dois lados, pouco a pouco, através do treinamento.

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Explore sua Entrada

O que eu realmente aprecio no Parkour em relação à outras disciplinas mais regulamentadas é que a quantidade potencial de variáveis que naturalmente encontramos em nossos movimentos é quase infinita. Ao expandir minha consciência das possibilidades no ambiente e meu vocabulário de movimento, eu crio um nível altíssimo de novidades em cada treinamento, o que tem sido fundamental para meu desenvolvimento contínuo no Parkour. Aqui veremos como a mudança na entrada de seus movimentos pode melhorar seu treinamento.

A Entrada tem a ver com todas as diferentes formas de iniciar um movimento. Este assunto está conectado ao meu tópico de criatividade sobre modificadores e aqui você pode conhecer as bases do mesmo. Quanto mais variáveis você se sentir confortável para o início do movimento, menos provável é que você hesite e mais provável é que você conserve sua energia quando sua rota exigir algo inesperado, ou quando algo inesperado acontecer.

Os modificadores de Entrada abaixo podem ser feitos isoladamente até estarem confortáveis, mas não deixe de misturá-los para obter o pleno benefício e também o prazer desta exploração. Aqui estão algumas das maneiras que você pode modificar seu início para expandir seu domínio do movimento.

    #1 – Ambidestria

    Esta é, com certeza uma excelente ferramenta para aumentar o seu leque de possibilidades em desafios e sequências que possam envolver o lado oposto das suas técnicas padrões. Pense que você pode aumentar em até 50% as opções de movimentos em quaisquer ambientes.

    Quanto mais variáveis você se sentir confortável, menos provável é que você hesite…

    #2 – Ângulo de Aproximação

    No seu treino, tente se aproximar de seu obstáculo em todos os ângulos e no máximo de eixos que puder. Isto ajudará em sua capacidade de aplicar suas técnicas de forma eficaz, independentemente de onde o obstáculo esteja. Eu gosto de usar o Método do Relógio para trabalhar este conceito. Pense que você está no centro de um relógio e está de frente para as 12 horas. Você está sempre no centro do relógio enquanto se move.Os obstáculos podem estar posicionados em diferentes “horas” em relação ao seu relógio.

    • 12 horas é sempre à sua frente
    • 3 horas à sua direita
    • 6 horas atrás de você
    • 9 horas à sua esquerda

    Você pode praticar isto com as 4 direções principais que acabei de mencionar, mas também tocar nas “horas” do meio para encontrar quaisquer buracos em sua técnica.

    Não deixe de praticar mantendo a mesma técnica independentemente de seu ângulo de abordagem e mudando a técnica para a versão mais eficaz (Ex. Step Vault utilizando a mão esquerda vs. direita em relação a sua posição com o obstáculo).

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    #3 – Posição Inicial do Corpo

    Explore todas as diferentes posições para iniciar um movimento. Se você puder completar um determinado movimento (Ex. Travel Vault para o lado esquerdo) independentemente de sua posição inicial, diminuirá suas micro-transições para esse movimento e seu tempo para iniciar ou fazer a transição das suas técnicas.

    Nem sempre é possível ir direto para uma técnica a partir de algumas posições iniciais. Em vez disso, você terá que adicionar alguns passos/fases para o movimento, que também chamarei de micro-transições. Falaremos mais a fundo sobre isso na parte 2 deste artigo, mas agora a idéia básica será minimizar a quantidade de movimentos desde sua posição inicial até a técnica escolhida. Abaixo eu lhe dei algumas posições iniciais básicas que você pode explorar. Não se esqueça de misturar e combinar isto com as outras variáveis à medida que você se sentir confortável.

    • De Pé: Pés juntos, esquerda primeiro, direita primeiro, peso nos calcanhares, ponta dos pés, etc.
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    • Sentado: Nos calcanhares, pernas cruzadas, de joelhos, pernas carpadas, relaxando, etc.
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    • Deitado:De costas, lateral, barriga, etc.
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    • Ambiente: Contra uma parede, barra, árbusto, limitado em altura, entre obstáculos, etc.
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    #4 – O Fim é o Começo

    Assim, à medida que você ganha mais confiança nas diferentes posições de entrada, eu também lhe aconselho à analisar a sua posição final em cada movimento. Enquanto você combina seus movimentos, comece a desenvolver sua capacidade de começar e terminar eles em diferentes posições para que você possa, com a prática, misturar seus começos e fins de uma maneira mais contínua em suas sequências.

    Você pode começar um movimento logo após outro analisando as posições naturais de finalização do mesmo e quais destas se encaixam no início de uma técnica à qual você pode querer utilizar. Pratique as finalizações naturais das técnicas e as suas próprias finalizações também, e então, assim como nas técnicas de desenvolvimento de entrada, você pode começar a alterar sua posição no final do movimento para que você esteja apto a aplicar outra técnica em sequência. Uma vez entendido, você pode começar a criar diferentes conexões para seus vaults, saltos, acrobacias, etc. e conectá-los de maneiras únicas, divertidas e criativas com diferentes movimentos.

    Brinque com estes 4 modificadores de forma isolada e combinada para garantir que, não importa em que posição você acabe, você será capaz de transferir bem seu impulso e mover-se efetivamente.

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    Notas Gerais na Entrada/Saída

     

    Aprenda a trabalhar em sua capacidade de começar e terminar seus movimentos em diferentes posições.

    Entenda o que é Natural e depois Trabalhe em sua Expansão

    Compreenda que os movimentos se desenvolvem naturalmente através de consciência, repetição e tempo. Para tornar novos movimentos e conceitos naturais para você, é preciso ainda mais do que isso.

    Pense em quais preferências você tem durante o início, meio e fim dos movimentos para ajudar a desenvolver suas capacidades e/ou abordar seus mecanismos compensatórios.

    O feedback em vídeo pode ser uma ferramenta útil para isso se você usá-lo para analisar as diferentes peças do quebra-cabeça. Você pode usar seu vídeo e uma referência do que você está tentando alcançar até obter a técnica da maneira desejada. Aqui vão algumas coisas para ter em mente durante esse processo:

    • Encontre suas Preferências: Pé e mão de saída e/ou chegada, ângulos de aproximação confortáveis, perna de apoio, perna de chute, lado para pirueta, etc.
    • Ambidestria: Uma vez ciente de algumas preferências básicas (como vários Vaults com a mesmo posicionamento dos pés na entrada ou saída), começe a expandir esta natureza (lados e membros opostos, os diferentes ângulos de abordagem, posições iniciais e finais, etc.) e também o seu nível de consistência no máximo de variáveis possíveis.
    • Reversão Mecânica dos Movimentos:Desenvolva a compreensão técnica dos seus movimentos para saber exatamente o que é necessário para executá-lo e desenvolva a engenharia reversa para seu outro lado, direção ou ponto de partida.
    • Aprenda Técnicas Similares Simultaneamente: Depois de desenvolver controle e consistência sobre um movimento, tente brincar com ele em diferentes ambientes e obstáculos para que você possa começar a expandir seu domínio da técnica e das variabilidades nos momentos de entrada e saída o quanto antes.

     

    Aplique as técnicas acima conforme elas façam sentido para você e tente não atribuir a regra de “uma ferramenta para todos os tipos de abordagens”. Você será capaz de aprender algumas variações rapidamente e outras podem levar muito tempo. Pense em expandir sua esfera de técnicas confortáveis, para que quando estiver improvisando, adaptando ou planejando sua rota, você possa ser capaz de utilizar esses movimentos com confiança em diferentes situações.

    Os melhores planos e treinamentos só significam muito se eles não se desfazem quando estão sob pressão. Esta seção abordará o processo de desenvolvimento de habilidades adaptativas para que você possa aplicar no seu treinamento ou durante apresentações, competições e outras circunstâncias que não estejam totalmente sob seu controle.

    Conecte o Inesperado

     

    Após ter começado a dominar e desenvolver as capacidades “naturais” de cada movimento, não deixe de explorar e brincar com as diferentes possibilidades de finalizações. Muita diversão e crescimento pode vir da tentativa de conectar dois ou mais movimentos aparentemente incongruentes. Esta luta ajudará sua adaptabilidade, criatividade, resolução de problemas e tenacidade.

    Além desses benefícios você pode encontrar algo único para compartilhar com seus amigos, colegas e com o mundo. Uma vez que você tenha encontrado os movimentos que se encaixam naturalmente, é este experimento de unir movimentos que não se encaixam naturalmente e fazê-los funcionar que mostra outro nível de proficiência técnica. Este é um grande conceito de exploração de nível intermediário, uma vez que você começou a desenvolver o domínio de uma série de técnicas diferentes.

     

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    Cair também é se movimentar

     

    Esta idéia é algo que me foi mostrado pela primeira vez em meu treinamento de artes marciais e que eu descobri que se aplica tão bem quanto ao Parkour. Dito de maneira simples, se e quando você cair/fazer um erro, continue se movendo! Quanto mais você desenvolver esta habilidade, melhor você vai se adaptar se e quando errar alguma coisa. Do ponto de vista da criatividade, pode até levar a alguns momentos muito divertidos onde você pode encontrar novos movimentos a partir destas quedas. Quando você observa aqueles que treinaram esta habilidade, pode ser difícil dizer que movimentos estão fazendo de propósito e o que é apenas um “acidente feliz”. .

     

    Aperfeiçoe o Imperfeito

     

    A mentalidade perfeccionista, embora aparentemente benéfica, também pode criar alguns efeitos colaterais adversos na vida. Pode promover procrastinação – não tenho (insira sua desculpa aqui) o suficiente para dar o melhor de mim, hesitação (esperar até a hora certa) e/ou ansiedade se você não estiver sempre dando o melhor de si. Isto também se aplica nas técnicas do Parkour.

    O que acontece quando você não tem corrida suficiente para aquela parede, ou quando as mãos escorregam na subida, ou com uma corrida curta e embaraçosa até um salto?

    Sejamos maleáveis, oportunistas que encontram algo sempre melhor, adaptando o que for necessário para atingir nossos objetivos, indiferente de quão desfavorável os ventos predominantes possam ser.

    • Ambientes Imperfeitos: Encontre os ambientes incômodos e imperfeitos e veja o que pode ser criado lá.
    • Rítmo Imperfeito: Esperar que as situações sejam perfeitas pode ajudar, mas não use apenas esta ferramenta. Enquanto você desenvolve um timing impecável em seus movimentos, também desenvolva a capacidade de completar sua tarefa/técnica em situações diferentes e aplicando rítmos não ideais.
    • Estado Físico/Mental Imperfeito: Como você pode treinar em SEGURANÇA ou se mexer enquanto está estressado, ferido, restringindo seu movimento, sem dormir/alimentar, etc. *Não é eficiente ou seguro ferir-se, portanto, não deixe de manter sua consciência elevada e seu ego sob controle sempre que explorar estes conceitos para que você possa continuar progredindo. Entender o modo como você pode ser capaz de se movimentar com segurança em momentos extremos é algo a ser trabalhado com cautela e consciência.*

    Sejamos maleáveis, oportunistas que encontram algo sempre melhor, adaptando o que for necessário para atingir nossos objetivos, indiferente de quão desfavorável os ventos predominantes possam ser.

    Isto conclui a Parte 1 da série Fluidez. As técnicas acima estão todas focadas na idéia de macro-transições e como podemos aumentar nossa eficiência energética em nosso movimento, concentrando-nos mais no que está acontecendo em torno de nossas técnicas e não apenas nos movimentos em si. A Parte 2 estará um pouco mais focada nas micro-transições e em como podemos usar e compreender melhor nosso momentum dentro de nossas técnicas para melhorar nosso flow.

     

    Obrigado pela atenção e não pare de se mover!

     

    Jereme